Anêmona
Ao vento em carícias sinto renascer
Do toque perfeito fico ladino
Transformo em cores o meu viver
De braços em abraços sem sentir tino
Da vida em vida breve partida
Igual alento de uma tempestade
Deixo marca solta e repartida
No solo e no céu da diversidade
Não importa da porta feita ao vento
Da janela vejo chegar do amanhã
Sem cortinas abro o pensamento
Guardo do coração no peito bater
Em alma na palma cumpro do meu afã
Catando dos dias o dia do entreter
Na flor-do-vento prendo da emoção!
Ramoore
OBS.
Antes de plantar esta flor, convém
pesquisar a etimologia da palavra, derivada do grego ANEMOS, que significa
vento.
A flor-do-vento, como é chamada, aprecia os descampados, mas tem vida curta.
O mesmo fenômeno que lhe dá a vida é a causa de sua morte -
depois de lhe abrir os botões, o vento
arranca e dispersa suas pétalas.
Curiosidades:
Adônis foi mortalmente ferido pelos ciúmes do deus Marte, amante de Vênus,
que se transformou em um javali e o atacou até a morte.
Vênus, que teve em Adônis sua maior paixão, após chorar muito, desesperada de dor,
suplicou a Zeus que perpetuasse seu amor por Adônis.
Sua súplica foi atendida: com o sangue do amado foi feita a anêmona,
flor da tristeza e do consolo, de
raríssima beleza, que floresce e vive por pouco tempo.