Canteiros e Temperos...



Cheguei com a alma dividida em mil pesares
No peito contrafeito os efeitos do mal feito
Dos dias cinza carregava o fardo da farda
Em continência contida nos olhos cegos...

Entrei em passos irregulares no chão de pedras
Em pedras soltas meus pensamentos divagavam
Do piso pisando o vazio pesado do desamor
Minhas mãos tropeçam fugir da ansiedade...

Do nada meus pés enxergam do ficar entrecorrer
Guiando do instinto minha alma pára e silencia
No toque invisível do ar feito perfume respiro
Solto dos braços sem embaraços meu abraço...

Olho em voltas volto no vai e vem vejo do ontem
Deixo dos olhos no verde procurarem da capuchinha
Encontro de suas cores lembrando do amor-perfeito
Rio em riso de mim mesmo cheirando o alecrim...

Esqueço os pesares pisando com gentileza nas pedras
Procuro de amores renovando a ilusão em canteiros
Sem distinguir perfeitamente de espécies nativas
Nasce o prazer da vida em especial encantamento...

Sinto da presença querida e nua do meu bem querer
Entrelaço nossos corações sem fazer fita da fita em laço
Ouço pulsar o vôo silencioso de um pequeno Beija-flor
Canto em canto mudo do estar presente neste canto...

Agora liberto o menino matreiro cheirando temperos
Provoco em meio ao enleio o brincar de meneios
Sem rodeios minha alma volta a nascer em esperança
Igual criança sinto o mel de bendita Benedita:

- Olá, meu dengo!
- Uma bala de hortelã em troca de teus pensamentos!
- Sabe, estava sentindo um pequeno mal estar!
- E a Vera fez um chá de camomila...
- Santo chá! Estou maravilhosa!
- Venha, segure minha mão.
- Vamos conhecer das espécies e espécimes!
- Você viu aquele de olhos amendoados?
- Você sabia que a pimenta purifica por dentro e por fora?
- Foi o Alison quem me disse!
- Não esqueça de comprar novos temperos com a Vera.
- Você viu a doçura do garçom?
- O menino é um querubim!
- O Cadú estava meio nervoso com o celular!
- Tomou um suco de maracujá com manjericão.
- Ficou outro, desligou até o celular!
- A Maria Anjinha estava com pressão alta.
- Tomou uma chá de folhas de chuchu, foi tiro e queda!
- Não ria. O que caiu foi a pressão!
- Conheci um homem sonhador!
- Meu dengo, que gostoso sentir na realidade os sonhos de alguém.
- É como dividir da vida a vida em fatias divididas sem dívidas...

Eu sentindo do atropelamento harmônico da bendita Benedita
Na harmonia das vozes do coral senti o cheiro de quero mais
Do céu dividido abraçar da Estrela Maior, a Alma da Poeta
E deitar no colo de seus versos meus carinhos, acarinhando...

Deixando do ontem entrando em meu presente sem angústias
Apenas trazendo escolhas no sorrir de quimeras esquecidas
Na esquina a rir da utopia melancólica de um olhar perdido
Fico em festa e na festa vejo a transparência de uma mulher-menina...

Ainda com minhas mãos nas mãos da bendita Benedita sem soltar
Faço arte de falso amante em falsete mal declamado no declamar
Aclamo das virtudes aclamadas do gingado único em seu predicado
A bendita Benedita faz charme e levantando os fartos seios:

- Ora, cavalheiro!
- Sua nobre cantada não leva do fato ao ato.
- Não vou sentir em desacato.
- Mas, registro o fato.
- Embora. Você não dê nem para o gasto...
- Vamos deixar de sacanagem e entrar!
- A apresentação já vai começar...
- Você viu a Thais?
- Meu dengo. Conheço a Beijaflor!
- A menina está deixando do coração pulsar acelerado!
- Será que já tomou um chazinho?
- Eu, no lugar dela!
- Tinha tomado um chá e um tarja-preta.
- Diz a Milú que é chique!
- Vai ter a apresentação do Coral Libercanto.
- Um encanto!
- Olha a Geraldine, chiquérrima!
- Não foi ela que te apresentou o Trazdosmontes?
- Ah!!! Que sotaque de macho que o gajo tem.
- Será que a Myrthes vem ou não vem?
- Psiu.... Silêncio... A Eda vai apresentar o Livro da Thais...

Felizmente com o início da apresentação a Benedita calou a dita
Deixando dos olhos a lágrima da cumplicidade correr solta
Sem pés e mãos presos ao silêncio vi do vôo de um Beija-flor
Em diáfanas asas da imaginação rimando amor com amor...

Sem enumerar todos os merecidos méritos da nossa benemérita
Ditos em palavras e não ditos no sentir do aperto em emoções
Todos nós estávamos vivendo juntos da alegria fraterna e amiga
Dividíamos com a mãe, filhos e netos todos em mesma família

Não existiria melhor lugar para sentir dos versos da Poeta Thais
Entre Canteiros e Temperos foi como abrir das páginas de sua vida
Ver da terra usada no preparo e cultivo de seus versos em poemas
E sentir do néctar colhido por mãos que teimam em somar e dividir...

Contrariando do nome Thais conjugando em comunhão com o verbo
Contempla do Templo a verdade na solidariedade feita no dividir
Admira do Tempo à verdade da solidariedade encontrada no somar
E com o sorriso puro e distinto ensina da ação doando o amor...

Eu e a bendita Benedita passeando entre Canteiros e Temperos
Encontramos em “ Devaneios d’Alma “
A carona nas Asas de um Beija-flor...

Ramoore


Receita

Para pegar uma carona nas Asas de um Beija-flor,
E alimentar a alma...
Basta clicar em

SOLIDARIEDADE


Para conhecer um Cantinho Mágico
E alimentar o corpo de forma saudável,
Com um tempero de quero mais,
Basta fazer uma visita...

Canteiros e Temperos



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