ETERNO ENTARDECER
Caía a tarde
E a alegoria da transformação
Deitava sombras alongadas
Das velhas árvores sobre o quintal
Os farfalhares calavam
Mas a passarada... encantada
Orquestrava em pipiares
Ritmando a ostentação
Deixando por conta das cismas
O crepusculejar arquejante
Pro tempo perpetuar
Nostálgico... o menino assistia
O sol que há muito se ia
Recordando as lembranças
Ocultas dentro de si
E... no lusco-fusco inquietante
A estrela-d´alva surgia
Brilhante em sua magia
Para a noite prolongar
Assim... as quimeras passaram
Indo ao liminar da existência
No âmago da consciência
Do menino a fenecer
Nos estertores da vida
Vive a despedida
Do eterno entardecer
Daquelas saudosas acolhidas...
Roberto Stavale