Garçon,
champanha francesa, duas taças.
Eu quero a morte vedete,
não a parca litúrgica dos salmistas
lançando pelas naves dos tempos
lamurientes de profundis
e cronometrados dies-irac.
Eu quero a morte vedete
a morte dos clowns ecleticamente
paramentada, com as vestes
berrantes de um deus azteca
ou a manta bizarra
de um jogral qualquer da idade média
As mulheres e homens me verão passar
e continuarão bebendo wisky
no bar do ponto.
Os credores virão também
depositar sobre meu túmulo
gramas usuárias de argila barata.
Os homens dirão,
talvez, que eu fui em paz
alguém esquecerá uma flor
que eu não pedí.
Garçon,
champanha francesa, duas taças
uma para a poetiza
outra para sua nova amante, a neurose.