Pretensão

 

 

 

Quero te amar, agora.

Num dia como hoje,

Onde, meu clamor alcance as montanhas

e seja apagado pelos gemidos das feras.

Minha fúria é tanta que mil relâmpagos 

não me ensurdeceram...

E, assim, entrando em outra dimensão

ao te tocar, agora.

Quero-te como bicho,

arranhar teu corpo,

marcar-te em mim,

mostrando como és importante aqui.

Quero te ver implorar por meus carinhos,

ouvir-te falar de teu amor...

Sem pudor quero dar-te tudo:

o tempo perdido,

o amor tão querido,

o prazer reprimido

e te ver aos meus pés...

Assim, só meu,

no corpo e na alma,

aprisionado e feliz.

Depois de tudo, ver teus olhos,

a verdade suprema,

pedir que não me deixes jamais.

Na frieza da fêmea saciada,

 serena,

sentir a vitória de poder permitir

uma ausência pequena...

E jogar-te no mundo sem promessas ou amarras.

Agora, Senhora de tudo,

tendo a certeza de que não poderás jamais,

viver sem mim.

 

Geraldine Martha O Arata

 

 

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