VEIA POÉTICA
Corto meu peito, deixo o sangue desenhar Na folha em branco, meu canto de passarinho É indelével este jeito de sonhar... Porque a poesia, onde pousa, faz seu ninho.
Canto meu canto, se tu queres me escutar, Apenas lê, apenas vê, apenas canta Junto comigo, com meu jeito de cantar O meu silêncio e minha dor... que nem é tanta.
A emoção sangra meu ser, a minha veia Ainda comporta anseios de um sonhador Que vê nas ondas muito mais que uma sereia, Que vê no céu bem mais que um anjo sedutor.
A inefável solidão, tão repentina Desenha pétalas de amor na folha brancaE cada verso é um rastro de bailarina Que se ilumina pelo amor da dor mais franca.
A emoção é uma canção que um verso pinta Na tela clara da ilusão de um poeta A fantasia só se esvai se acaba a tinta E a saudade no silêncio se aquieta.
Luiz Poeta
|