AMOR DESMEDIDO




Quem nunca sentiu ciúmes,
nem soluçou seus queixumes,
chorando no seu penar,
- não tem querer e nem ama,
não sabe se o amor lhe chama,
nem declina o verbo amar!

Quem, nas noites tão vazias,
não sofreu as nostalgias
e chorou na solidão,
- não sabe o que é carinho
nunca se sentiu sozinho,
nem sabe o que é paixão!

Quem nunca teve abandono,
passou a noite sem sono,
curtindo a dor da saudade,
- não tem algum sentimento,
é feliz só no momento,
jamais amou de verdade!

Quem nunca sofreu calado,
de amor, apaixonado,
abraçado ao travesseiro,
- não tem, sequer, amargura,
não sabe o que é ternura,
nem tem amor verdadeiro!

Quem nunca apertou seu peito,
teve um grande amor desfeito
e ficou desesperado,
- não sabe o que é sofrer,
não sabe o que é querer,
não amou, nem foi amado!

Quem não pensou ser traído,
nem sofreu, desiludido,
procurando afirmação (...)
- não sabe o que é ter medo,
teve amor como um brinquedo,
não sabe o que é paixão!

Eu - no amor - estou contrito!
Digo a todos que acredito,
amei... amo... e amarei!
- Já sofri desilusões,
chorei em grandes paixões,
mas, de amar, não deixarei.
 

Luis Lêdo Motta Mello

 

Voltar

 

Página Principal