Efígie



Das profundezas do passado
Retiro a essência
A doce fragrância
Que mantém a existência
Deste pobre sonhador
Resistindo em brumas
Sobrevivendo nas lembranças
Momentos de recordações
Daqueles dias
Em que eu poderia
Deliciar-me com a melodia
Da sua voz
Respirar tua presença
E até sentir a aflição
Na sua ausência
O prazer que viria depois
Agora que tudo se foi
Com a alma perdida
Erodida pelo tempo
Ressecada
Petrificada
Só como companheira
A hera que me circunda
Sem lágrimas para derramar
Observo a paisagem
Procurando tua imagem
Que o reflexo da saudade
Por acaso me deixou...

Gerson F. Filho

 

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