Mamãe, eu vivi dentro de você...



Ainda não sei da vida contar,
O dia de eu com olhos de ver
O riso de seu colo abraçar
Do cheiro de leite merecer

Ainda que da Luz seja fato,
Sinto de seu calor a vida
Procuro sem mãos o tato
De você na sina bendita

Ainda acredito ser semente,
Não sei do solo irei nascer
Não sei do ar de ser ausente
Em suas águas o bem querer

Ainda está por ser eu a ti ter,
Da certeza em verdade real
Do espaço a escolha viver
Contando nos dedos o sinal

Ainda que eu possa o não ser,
Em sua vida o momento certo
De tantas outras não escolher
Das mãos a sentir o tão perto

Ainda que da terra eu cresça,
Longe do ar e da luz do dia
Lembre fui uma esperança
Da vida que quase nascia.

 

Ramoore

 

Voltar

 

Página Principal

 

Esta poesia está publicada na Ciranda " Aborto " do Grupo Ecos da Poesia

aborto.htm