RAZÃO, OU FALTA DE...

Sempre em dias comuns,
sinto crescer a ansiedade em novos dias sonhados
Cheios de cumplicidades,
divididas com sentido comum aos enamorados,
Traço na mente,
entrelaço dúvidas,
aninho arrependimento em esperança
Procuro na sombra do passado próximo,
o consolo,
a razão,
e perco a crença
Nasce em mim,
débeis nuanças de anunciações estranhas
e não queridas
E em monólogo desencontrado,
sem ritmo,
com palavras soltas e sentidas
Provoco o caos,
recrio mágoas passadas,
esqueço de mim,
nada existe
E sem encontrar motivos,
os sonhos e ilusões fogem e trazem alma triste
Com marcas invisíveis,
divididas em noites vazias
e dias cheios de solidão
Entre conflitos do não querer,
não gostar,
fazendo constante a insatisfação
Estou em um beco sem saída,
entro em uma casa sem portas e sem janelas
Onde não existe vida com sentido no viver,
as paredes sem cor,
ou amarelas
Nada escondem
nada trazem ao pensamento carregado,
quente em suores
Crescentes no tremor de todo um corpo
tão meu em um passado de amores,
De amantes amados em único desejo ardente de provocar prazer,
trair o sentido
Crescer na volúpia criada,
deixando na alma maculada a dor do beijo perdido
Cada momento passa,
retratando ao presente
fazendo como se fora represália,
A busca do arrependimento pensado e não cumprido,
traz ao peito a empáfia
Marcada no desencontro das mãos não mais beijadas,
acarinhadas e sentidas
Em carícias esquecidas no corpo,
mas que na mente persistem,
fazem feridas
Lembram a estrada percorrida,
os atalhos criados no canto,
fazem da ausência
A sonoridade encontrada para não sentir na fuga,
a perda em real essência
Sem criar das recordações,
saudades e ressentimentos meus,
na falta dos seus
Acredito que na página da vida,
exista ainda o sentido, não comum aos ateus,
Firmando entre a Cruz e Espada,
dando em mostras comprovadas na verdade
Cúmplice ao espelho dos dias em procura  das noites,
fazendo da vontade
A perfeita aliada ao dizer coisas de amor,
tirando da razão,
dando voz ao corpo
Que em linguagem direta,
demonstra na imperfeição o reflexo,
cria o escopo.

 

Ramoore

 

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