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PRAÇA DA IGREJA

(G. Martinelli) 

 

Desfolhando um velho calendário,

Olhei na data e fiquei abobalhado.

Descubro surpreso que o tempo passou...

Ou será que fui eu que passei por “ele”?

 

Como a despertar de um sonho me deparo

Diante do espelho a me olhar assustado.

Vejo cabelos brancos e rosto enrugado...

Marcas que o tempo brinca de metamorfose...

 

Fecho os olhos retrocedendo no tempo;

Vejo-me criança a correr na rua sem calçadas,

Ou na Praça da Igreja, meu lugar favorito,

E lá brincar com inocentes brinquedos...

 

A trocar “gibis” e colecionar figurinhas,

Brincar de rolimã e de carrinho feito à mão;

Correr de pega-pega, ou de esconde-esconde;

Com bolinhas de “gude”, ou rodando pião...

 

À noite, era a mesma praça que acolhia

Moços e mocinhas fazendo o “footing”.

Eles girando de um lado e elas do outro,

Enquanto a banda tocava no coreto...

 

Não sei se é saudade daquele tempo,

Em que viajar era de trem ou de charrete;

Os mais abastados usavam calhambeques;

E iam assistir à missa de terno e gravata...

 

Abro os olhos e vejo minha imagem no espelho,

Olho e pergunto: algum dia vivi esse tempo?

Penso, repenso e... Que dúvida cruel!...

Será que um dia eu já fui criança?...

                                          

Guarapuava, fevereiro de 2006

 

 

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