Sono

 



Pela noite, por onde meu sonho vaga,
Meu corpo desmontado sozinho permanece:
Rompendo às horas, que rápido falecem,
Num sono intenso, na madrugada inchada.


O silêncio, gritando, traz a cegueira e o torpor:
Já não tenho face e nem ouço o tambor dos pulmões.
No leito, o vento me embala, como mil canções;
Manando na vida essências, além da dor.


Agora, com pressa, a manhã estala,
Encontrando-me de volta, em uma rajada.
Então olho pra janela, um pássaro sentinela:


Raios de Sol invadem as árvores do inverno;
Atravessam, entre a folhagem, tímidos e ternos;
A chegarem, dançando laranja, na parede de meu quarto.

 


Otávio Augusto

 

 

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