Estranho Amor



Quero-te assim, meu anjo costumeiro,
vestida de virtude e aquele jeito
de aconchegar a face no meu peito,
misturando meu cheiro com teu cheiro.


Quero-te assim, maldosa e corriqueira,
capaz de infernizar o paraíso,
lamber-me em labaredas, se preciso,
em teu místico altar de feiticeira.


Quero-te assim, na forma em que vieres,
na confusão das múltiplas mulheres
que incorporam em ti, quando na cama.


Quero-te assim, fazendo-me parceiro,
no cinema, teatro ou picadeiro,
no grande enredo da comédia humana
 

Alberto Cohen

 

Voltar

 

Página Principal