Omelete



Hoje, acordei, lavei o rosto,
escovei os dentes
Fiz tudo sem olhar no espelho
Não queria lembrar do antes...
Fui para a cozinha,
quebrei um prato,
sentindo a vida mesquinha,
acendi o fogo da chaleira
e comecei a rir da besteira,
dita pela bendita Benedita:
quando se tem dois ovos
e nenhum ramalhete,
esquece-se da rosa
e faz-se uma omelete...
Peguei da frigideira,
escorrendo no escorredor,
girei de um lado para o outro
e mastigando um biscoito,
parei, lembrando da dor...
Estava meio afoito
e pensando da noite no sofá,
a chaleira apitou,
estava fervendo
e fiz o café bem forte...
Olhei para a escada,
descendo com meus chinelos
e com meu sorriso,
encontrei seus olhos
procurando os meus...
Esqueci a extração do siso
e da maldita dor,
confesso perdi o juízo
e na mesa da cozinha,
fizemos amor...
E a omelete?
Lembrei, bem depois!!!
Separe dois ovos,
Um pouco de manteiga,
sal a gosto,
queijo ralado e salsinha,
bata as claras,
sem esconder a satisfação,
em ponto de neve,
junte as gemas,
continue a bater,
acrescente o sal
e a salsinha,
prove com a ponta da língua...
Na frigideira ao fogo,
coloque a manteiga
para aquecer,
ao ponto certo,
os ovos batidos
com a salsinha...
Não esqueça do queijo ralado,
espere dourar um lado
e depois vire para o outro lado,
tire a omelete da frigideira,
sirva para dois,
mas, antes...
Troque a toalha da mesa!


Ramoore


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