DESEJOS

 

 

 Deixando o corpo em sede, sentindo a alma em conflito,

caminho entre becos escuros

Fazendo da procura

entre tantos sonhos de troca,

a fonte miraculosa da noite perdida,

Beijo sua boca molhada em outros prazeres,

ainda mesclada de saliva dos impuros

Sentidos provocados em festim constante de loucos amantes,

infiéis e fiéis na partida

Sem trocar os pés pelas mãos,

parece difícil

não tropeçar em sentimentos,

criar asas

E em único alçar de plumas,

levitar no paraíso em desconexa

e malograda fuga do nada,

Que se faz sempre na ausência dos sonhos meus,

parindo sem dores as nossas incertezas

Demarcadas na solidão dos dias passados sem comunhão,

perpetuadas em única noitada

Saciada a sede,

sentindo corpo e alma em conflitos,

caminho entre becos escuros no dia

Voltando da procura, não encontrando a troca,

duvidando de milagre,

caminho no vazio

Sem tropeçar em ilusões no chão incerto de pensamentos

e entre ressaca e nostalgia

Nasce no branco maculado,

sem cores novas,

retalhos já velhos,

que não aquecem do frio

Em tremores, sem contrações voluntárias,

em aborto natural,

sinto nos lábios seu calor,

Sinto no corpo seu cheiro,

sinto no cheiro de seu desejo meu desejo em voltar e partir

Sem andar por becos escuros,

encontrar sem mitificar a espera,

apenas,

fazer amor

Deixar sem dúvidas,

fazer devaneios na cumplicidade a dois,

viver e não mais fugir.

 

 Ramoore

 

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