EXÍLIO
Sem cantar em versos, ou dançar sem melodias, obedeço ao bater da vida em solidão Que sem cores e em formas desconhecidas, faz da falta de sentido o falso encontro Deixando máculas em sonhos vazios de lembranças do ontem, quando em amores Que pareciam tão cheios de querer, deitava em camas de lamentos e desconfianças Provocando ao corpo, orgasmos de feras aprisionadas em jaulas separadas, sem grades, Em espaços diferentes, em pensamentos diferentes, em carinhos ausentes de contato Trazendo entre prazeres, sensações do êxtase entre animais no cio, rugindo ao acaso Forjado entre quatro paredes e sem marcas de prazer no branco imundo dos lençóis, Escondido na escuridão, fechando os olhos para não sentir o gosto amargo do beijo, Sentido e repetido em descompasso da procura do mel, sem cheiro de meias trocadas Em travesseiros distantes, pernas que não tropeçam, nem atropelam com sussurros Entre salivas frias, mãos que fazem arrepios na repulsa da distância de um colo Apertam o sexo, pressionam o peito, despertam angústias e fazem em falsos artifícios Criando da arte de fazer amor, pudores e limitações impostas na alma de dois corpos.
Ramoore
|