Sem tentar fugir do lugar comum,
construir em verbos aprimorados
em vernizes inócuos e falsos odores,
Deixo a respiração fluir lentamente,
sem contar do tempo fracionado em saudades
e ausência de amores
Inflando a doce lembrança do carinho de ontem,
aliciado em troca de olhares
e na linguagem dos amantes,
Sinto levitar entre afagos
passados e perpetuados
na cumplicidade marginalizada
da noite em precedentes
Entre alicerces coloridos,
onde o azul sempre se faz mais forte,
não existe a falsa modéstia do desconhecido,
O mistério único a desvendar,
evitar e não fugir da conquista sem lutas,
é viver das cores iguais em sentido
Delineando em aquarelas sem retoques,
ou toques impostos na tela comprada
em lance de almas em leilões
E em júbilo cultuado ao momento de graça,
vagarosamente em dengos infantis
fazer pulsar dois corações
Guardando em silêncio
das aspirações programadas ao mundo,
sem gritar ao vento dos becos,
o eco das ruas
Assobiando bem baixinho
uma canção sem letra,
dentro da melodia do dia a dia
na procura de mãos tão suas
Fechar os olhos e enxergar
no espelho solitário,
o brilho translúcido da vida
em viver sem mágoas das raízes,
Firmar em solo estéril
da continuidade em troca de energias erotizadas,
contrastando da subida em deslizes
Sem tentar fugir do lugar comum,
construo em quatro paredes,
criando ilusões novas, olvidando ao futuro
Máculas nascentes
da incomum escolha da forma de amar,
fazendo amor homogêneo sem luz,
no escuro
Acetinando no momento da entrega,
sublimando ao corpo carente
de carícias em carícias nuas,
assimiladas
Crescendo com o branco dos cabelos,
enxergando nas marcas dos olhos cansados,
a verdade de ter vidas.
Ramoore
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