O Gato



Sem pensar do bichano em água quente
Amenizo do banho na derrota do timão
Canto do campo estranho na marcação
Da baliza capenga de passo dolente

O juiz sem mãe apita o falso pênalti
De olhos fechados invoco proteção
Das mãos segurando o saco cheio
De movimentos suspeitos na agressão

Da porrada na bola conto das bolas
Perdido na confusão sinto da dor
Escondo do grito feito vencedor
E encolhido solto um palavrão

No apito final corro fugindo do rojão
Sem a dança da vitória no bar do Zé
Ainda segurando o saco na condução
Aperto no aperto sem fazer cafuné

Viajo entre cheiros e mau cheiro
Do saco molhado salto no ponto final
Deixo o bichano do saco livre afinal
Sinto do malandro ter escapado inteiro

Lembro do ritual esquisito não cumprido
De soltar o bichano no campo inimigo
E como bom samaritano ter esquecido
Da ação não esqueço do miado de socorro

Em casa caso a crendice mal feita
Penso da rezadeira o engodo sem troco
E troco do Santo a vela desfeita
No pires vejo o borrão marcando solução

Do gato ser trocado pelo urubu
Olho para o céu cinzento e fico suspeito
Da premonição o coração bate no peito
Cantando do refrão lembro do timão

Mas como gato escaldado tem medo de água fria
Esqueço do gato e do urubu
Sinto do próximo jogo a vitória na raça
E junto do Santo rezo três ave-marias...

Ramoore

 

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