A Coruja e o Papagaio




D. Myrthes é uma coruja muito sábia
Todos na floresta respeitam a professora
Até o papagaio dono de muita lábia
Quanto precisa de ajuda vai a sua procura

O papagaio que gosta de fazer versos
Um belo dia resolveu criar uma novidade
E declamando alto um verso pelo inverso
Para todos dizia de mentiras e verdades

Usando de sua lábia, o papagaio declamava:

- Pato do bico pequeno em desenho
Do prato no bico do pato no fato
Do prato parece perfeito traço
Lembra pato de bico de prato


Os bichinhos ficaram sem nada entender
Não sabiam quando era verdade ou mentira
Mas riram muito do pato de bico de prato
O pato ficou muito zangado com a brincadeira

Mas o papagaio nem ligou e continuou a declamar:


- Tucano no bico grande e diferente
Faz e mantém equilíbrio natural
Do fruto colhido teu sempre igual
Semente de desigual tamanho


Novamente os bichinhos ficaram sem entender
Não sabiam se era verdade ou mentira
E riram muito do tamanho do bico do tucano
O tucano quase deu uma bicada no papagaio

Mas a D. Myrthes que tudo observava bem quietinha
E tudo vinha anotando em seu caderninho
Já não estava achando graça na brincadeira do papagaio
E limpando seus óculos pediu licença para falar:

- Com a licença de meus amiguinhos!
- Com a licença do ilustre declamador!
- Primeiramente eu quero dar meus parabéns a todos.
- Parabéns aos nossos amiguinhos pela atenção ao nosso amigo papagaio.
- Parabéns pelo silêncio feito em respeito à apresentação das poesias.
- E parabéns ao Senhor Papagaio pelas excelentes declamações.
- Foi tudo muito bonito!
- Toda forma de mostrar cultura é válida.
- O Senhor Papagaio realmente é um grande artista.
- Mas na verdadeira cultura, é preciso ter respeito ao texto lido.
- Imaginem do tempo e do carinho que o autor dá em seus escritos.
- A liberdade de interpretação existe.
- Mas nunca deve ser usada para causar má impressão.
- Ainda mais quando o autor usa de figuras reais para compor o texto.
- A arte de nosso amigo papagaio tem valor.
- Mas a intenção de usar a arte para provocar riso tem que ter ética.
- E usar de ética, é ter respeito por todos.
- Não devemos nunca usar das aparências de nossos amiguinhos para fazer rir.
- Felizmente, temos as nossas diferenças para mostrar e manter nossas igualdades...
- Enquanto o nosso declamador declamava.
- Fui escrevendo os versos na forma correta.
- E com a licença de todos, vou declamar as quadrinhas que o autor escreveu!
- Para quem não sabe as quadrinhas são feitas de quatro versos
- Mas será que todos lembram das quadrinhas?
- Hum! Acho melhor declamar as duas.
- Primeiro a quadrinha do Pato interpretada ao inverso.
- Vejamos:

- Pato do bico pequeno em desenho
Do prato no bico do pato no fato
Do prato parece perfeito traço
Lembra pato de bico de prato


Antes da D.Myrthes terminar a declamação
Os bichinhos já estavam rindo do Pato de Bico de Prato
A D.Myrthes ficou zangada e passou um sermão em todos
Todos ficaram em silêncio para ouvir a outra versão:

- Agora que lembramos da interpretação do papagaio.
- Vamos declamar o texto feito pelo autor.
- Alguém sabe dizer como é chamado quem escreve poesias?
- Muito bem! É chamado de Poeta.
- Então vamos declamar a quadrinha do poeta:

- Prato de bico de pato lembra
Traço perfeito parece prato
Do fato no pato do bico no prato
Do desenho em pequeno bico do pato

Desta vez ninguém riu e ficaram muito curiosos
Queriam saber o significado da quadrinha
A D. Myrthes com muita paciência
Lembrou das desigualdades e igualdades:

 

 

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