A Andorinha Ritinha


Fazendo acrobacias no Céu Infinito a voar
Vivia Ritinha em vôo rasante, sempre alegre,
Brincava com as flores sem tirar das pétalas
No mal-me-quer e bem-me-quer de amores

Respondendo ao coração dizia o futuro prever
No fim do frio inverno, na mudança da estação,
O Sol e a Lua juntos, criando a noite e o dia
Marcando chegar à ilusão em vôo do encontro

Na primavera, na troca dos olhares em promessas,
Nascia da esperança o calor do amor no coração,
Batendo mais depressa as asas abertas na realidade
De uma andorinha sozinha não fazer verão...

E no traço do destino encantado, na doce melodia
Do amarelo no azul do céu dos eternos namorados,
Em cartas remetidas ao correio do anjinho Cupido
Ritinha encontrou resposta nos olhinhos do Guigui

E assim Ritinha e Guigui uniram suas asinhas

Em vôo na sincronia do Sol marcando o tempo certo
Do pouso em ninho feito de palhas, cheio de carinhos
Na compreensão da vida sentida com a emoção
De duas avezinhas juntas na fé da multiplicação

Dos afetos sentidos na união nasceram os filhinhos
Trazendo dos sonhos uma nova vida a ser cuidada
Em seus direitos e deveres mostrados no bem querer
Sempre perto das asas a ninhada, fruto do amor...

Ritinha e Guigui viviam cheios de felicidades

Durante muitos anos o bando de andorinhas voou
Formando uma esquadrilha em família muito feliz
Mas a cada novo verão uma andorinha partia sorrindo
Do velho ninho levava a lição de aprender a somar

Multiplicando no céu o revoar de pequenas andorinhas
Cada uma seguia seu destino do par perfeito encontrar
Em ninho de palhas, ou de algodão, a vida se repetia
Trazendo saudade e continuidade na fé da multiplicação

Dos direitos e deveres sempre lembrados na dedicação
As pequenas andorinhas ensinavam do bem querer
Dos céus a liberdade de em acrobacias na primavera
Sentir no verão o pouso seguro no ninho escolhido...

E foi o tempo passando e passando

Ritinha e Guigui continuaram a voar juntos no amor
Cheios de lembranças no velho ninho continuavam
Acompanhando as estações por muitos e muitos anos
Esperando a volta dos filhinhos às asas da proteção;

Ritinha sempre saudosa com as asas recolhidas
Fazendo uma pequena oração olhava o céu infinito
Das acrobacias passadas, procurava ver o futuro
Dos filhinhos ausentes, cada um em seu ninho

Guigui, para disfarçar a preocupação com a ninhada,
Sempre procurava reformar o ninho e a esperança
De juntos continuarem na vida de muito carinho,
Sem fazer multiplicação do que agora, era saudade...

Ritinha e Guigui seguiam contando dos dias

Um dia no frio do inverno, o Sol quente e amigo
Que a todos aquece sem distinção, trouxe o sinal
Ritinha batendo bem forte as asinhas, partiu contente
Voou alto, cada vez mais alto, buscando a verdade

Presença sentida quando se tem lugar no coração
Sentiu forte a compreensão da razão de tão alto estar
Olhou com a ternura de um abraço sentido na emoção
De suas asas cobrirem a todos, cada um em seu ninho

Sentindo da partida o gostinho da eterna presença
Lembrou do carinho e dos novos caminhos despertos
E agradecendo ao Sol a Luz dividida com todos
Ritinha recolheu as asinhas e fez uma nova oração:


Obrigado, meu amigo Sol.
Por guiar meus caminhos com sua Luz.
Obrigado, meu amigo Sol.
Por deixar que sua Luz aqueça meu coração
Obrigado, meu amigo Sol.
Por deixar nascer a cada dia, a esperança.
Obrigado, meu amigo Sol.
Por deixar que em sua luz, eu continue a voar.
Obrigado, meu amigo Sol.
Por permitir que através de sua Luz, a distância não exista.
Obrigado, meu amigo Sol.
Por deixar que seu calor, aqueça minha alma no amor.
Obrigado, meu amigo.

E voando nos raios do amigo Sol
Ritinha está em todos os lugares...

O saudoso e querido Guigui continua no velho ninho


Vivendo em seus direitos e deveres, seguindo a lição
Na espera do momento de seguir o vôo tão esperado
Guigui, todos os dias aguarda do Sol a promessa feita
De que com Ritinha voltaria a voar para sempre.

Ramoore

 

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CANTINHO DA RITINHA