A luz do vaga-lume

 

 

 


Estavam os bichinhos da mata em uma grande reunião
Todos falavam dos problemas que tinham de resolver
O besouro Tião falava alto e comandava a discussão:
-Do jeito que está não pode continuar.
-Precisamos fazer alguma coisa e já.
-Basta o sol se esconder.
-A lua não aparecer.
-E não podemos sair de casa.
A abelhinha estava muito triste com o que acontecia
Todo bichinho que precisava sair após escurecer
Perdia o caminho de volta e nunca mais aparecia
E ninguém tinha idéia do problema resolver
A borboleta amarela dando no ar uma grande volta
Pediu a palavra e foi a sua estória contar:
-Outro dia, ou melhor dizendo, já era de tarde.
-Depois de um dia quente e maravilhoso.
-Eu tinha descoberto um grande jardim de flores.
-O gostinho do mel era completamente diferente.
-Parecia um gostinho de quero mais doce de tão doce.
O Besouro Tião ficou zangado com a estória da borboleta amarela
E disse que a reunião não era para discutirem sobre mel e gostinhos
Disse para a borboleta amarela calar a boca e deixar de ser tagarela
Precisavam encontrar uma solução para o sumiço de tantos bichinhos
A borboleta amarela, ficou muito séria e pediu desculpas a todos
Disse que iria contar o que descobriu neste Jardim Encantado:
-Vocês me desculpem.
-Mas quando lembro do gostinho do mel.
-Quase me esqueço do que aconteceu.
-Já estava na hora do sol se esconder.
-E a lua nada de aparecer.
-Fiquei com muito medo.
-Estava longe de casa.
-E comecei a chorar.
Antes que o besouro Tião ficasse zangado, a borboleta amarela
Voltou a contar a sua grande e maravilhosa descoberta:
-Chorei baixinho.
-Ninguém aparecia.
-Chorei um pouquinho mais alto.
-Ninguém aparecia
-Aí, eu resolvi chorar mais alto ainda.
O besouro Tião já estava bravo com a estória da grande tagarela
Todos os outros bichinhos estavam com medo do sol se esconder
Mas  estavam curiosos em saber o fim da estória da borboleta amarela
O besouro Tião disse  para ela acabar logo com o que tinha a dizer
A borboleta amarela pediu desculpas novamente e prometeu contar
Disse que estava muito emocionada e sem falar do gostinho do mel
A estória voltou a contar:
-Aonde eu parei?
-Ah! Eu estava chorando.
-Chorava cada vez mais alto.
-Foi quando reconheci uma voz.
-Era a borboleta azul.
-Fiquei muito assustada.
-A borboleta azul tinha sumido na noite sem lua.
-Só me acalmei quando ela falou comigo.
-Disse para eu não ter medo.
-A sua estória iria contar.
O besouro Tião ficou muito zangado com a estória sem final
A borboleta amarela disse que era verdade e podia provar
Olhou para o céu e batendo bem forte as  asas fez um sinal
Todos olharam para o céu e viram a borboleta azul a voar
O sol já estava se escondendo e a lua nada de aparecer
Os bichinhos estavam assustados precisavam ir embora 
Pois não queriam em meio à escuridão o caminho perder
E todos juntos decidiram que já estava chegando a hora
Precisavam logo apressar e encerrar a grande reunião
Foi quando a borboleta azul resolveu sua estória contar
Disse para todos que não precisavam ter medo não
Tinha uma grande surpresa que a todos iria ajudar
E fechando suas lindas asas azuis começou a falar:
-Foi no final de uma linda tarde de sol.
-Eu tinha descoberto um grande jardim de flores.
-O gostinho do mel era completamente diferente.
-Parecia um gostinho de quero mais doce de tão doce.
-Vocês me desculpem.
-Mas quando lembro do gostinho do mel.
-Quase me esqueço do que aconteceu.
-Já estava na hora do sol se esconder.
-E a lua nada de aparecer.
-Fiquei com muito medo.
-Estava longe de casa.
-E comecei a chorar
O besouro Tião olhou para os bichinhos e ficou muito zangado
Disse que esta parte da estória já conhecia não precisa contar
Olhando muito sério para a borboleta azul ficou quieto e calado
A borboleta azul pensou e então resolveu esta parte da estória pular
Todos ficaram muito contentes enfim iam conhecer o fim da estória
A borboleta azul pediu desculpas novamente e prometeu contar
Disse que estava muito emocionada e sem falar do gostinho do mel
A estória voltou a contar:

-Quando  já estava cansada de chorar.
-Ouvi uma voz desconhecida.
-Era um bichinho diferente.
-Tinha a cor de uma folha verde e marrom.
-O bichinho disse que vivia escondido
-Foi se aproximando devagar.
-Disse que era muito feio.
-E para eu não me assustar.
-Quando chegou bem perto.
-Pareceu que o sol voltou a brilhar.
-O bichinho falou que sua Fada Madrinha tinha dado um presente.
-E que quando sentisse que aos outros poderia ajudar.
-Bastava pensar com alegria e sentir  o coração.
-Que a luz do carinho iria o caminho indicar.
-Contou que sua fada madrinha era muito legal.
-Gostava de todos os bichinhos.
-E a todos dava proteção.
O besouro Tião ficou contente e rindo com muita alegria
Disse que era a estória mais bonita que já tinha escutado
Todos os bichinhos sentiram a formação de uma  família 
Faltava apenas conhecer o lugar do Jardim Encantado
Mas quando olharam para o céu o sol já estava escondido
Os bichinhos não sentiram medo e juntos todos lado a lado
Lembraram do bichinho que ajudava quem estava perdido
Pensaram na alegria de sentir o coração bater compassado
E seguindo a luz do novo amiguinho descobriram o caminho
Foram encontrar a Fada madrinha todos dançando e cantando
Queriam agradecer e sentir do mel o doce mais doce gostinho
E todos juntos davam vivas ao vaga-lume que ia brilhando
A Fada Madrinha, pensou em todo o trabalho que iria ter
E num passe de magia fez nascer flores lindas e coloridas
Criou pequenas Fadas e Anjinhos para todos proteger
E sentiu o coração crescer e pulsar com tantas novas vidas.
E assim, meus amiguinhos aprendemos com os nossos bichinhos, 
Que o mais importante, o que devemos aprender a valorizar
É o que temos guardado para doar sempre com nossos carinhos,
Trazendo esperança e luz, descobrimos e sentimos o que é amar.
O nosso pequeno vaga-lume nos ensinou uma lição, 
a aparência de nossos corpos 
não mostra a luz interior que todos nós temos. 
 
 
 
Ramoore