RAMOORE
PEÇA INFANTIL EM UM ATO
PERSONAGENS:
Formiguinha Azul – Ceci
Abelha – Tita
Besouro – Tião
Formigão – Tatai
Grilo – Zé Pulinho
Abelhinha – Belinha
Conta-se a história de uma formiguinha, que por ser diferente, ser azul. Sentia-se menosprezada pelos companheiros de espécie. E com o desenrolar do texto sente que o
Importante é ter sentimentos sinceros, provando que a diferença de cor não deve existir
Quando há sinceridade e amizade entre todos.
PRÓLOGO MUSICAL
- MARCAÇÃO PARA A APRESENTAÇÃO DOS PERSONAGENS
Prestem muita atenção,
Meus amiguinhos...
Pois vamos apresentar,
Os bichinhos de nossa história,
Que então, iremos contar:
Preste atenção,
Muita atenção,
Pois nossa história
Vai ensinar-lhes uma
lição.
- APRESENTAÇÃO DOS PERSONGENS
Tita–
De flor... Em flor
Vou voando...
Em busca do mel
Da flor mais bonita
Com licença
Meus amiguinhos,
Eis aqui, abelhinha Tita.
Tião - Muito prazer meus amiguinhos,
Escutem o que vou lhes dizer,
Prestem muita atenção
Para vocês aprenderem
Eu sou o besouro Tião
Sou elegante
E forte a valer...
- MARCAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE ZÉ PULINHO E BELINHA
ZÉ PULINHO E BELINHA -
Prestem atenção,
Muita atenção....
- pode-se explorar a participação da platéia, com a repetição do refrão
Zé Pulinho –Paraaaaaaa... Paraaaaaaaaaaaa tudo.
Com vocês, a charmosa, a incomparável, a única...
Belinhaaaaaaaaaaaaa.
Belinha -. Dizem que sou uma abelhinha
Muito , muito engraçadinha,
Mas que preciso aprender
A ficar comportadinha... nhá...nhá...nhá...nhá
.
Zé Pulinho – Pulinho,
Pulinho é meu nome
Sou um grilinho de valor
Se precisarem de mim, iiiimmmmm
Estarei ao vosso dispor.
Belinha - Belinha,
Belinha é meu nome,
Sou uma abelhinha de valor
Se precisarem de mim, iiiimmmmmmm
Estarei ao vosso dispor.
Zé Pulinho – Dizem que sou um grilinho,
Muito engraçadinho,
Mas que preciso aprend...Olha o reiiiiiiiiiiiiiiii
Marcação
Tatai – Muito prazer meus amiguinhos,
A história vai começar,
Apresento-lhes a formiguinha,
Que a todos vai encantar.
Marcação para a apresentação de Ceci – coreografia marcada em forma de semicírculo
Ceci – Eu sou a dona formiguinha,
Gosto muito de cantar..
Falar a toda criancinha
E com alegria dançar
Marcação – apresentação de cantigas de roda com coreografia.
Após dançarem – volta a marcação de Ceci (semicírculo).
Ceci - Escutem só meus amiguinhos,
A História que vamos contar,
É a história de uma formiguinha,
Que vivia muito só.
Marcação – dentro de
coreografia , os personagens deixam o
palco –
- fecham-se às cortinas -
- cena de Zé Pulinho e Belinha -
- aproveita-se a cena para a armação do cenário
- cena com pano fechado -esta cena é para ganhar-se a cumplicidade da platéia e montagem do cenário, que no início do espetáculo terá apenas como fundo um painel com paisagem campestre.
- Poderemos compor o cenário com apliques e adereços em acordo com cada cena
- Ou ainda, com a fixação de biombos com a entrada da casa da abelha Tita e a entrada do castelo de Tatai.
(entra Zé Pulinho)
Zé - Pulinho...
Pulinho é meu nome,
Sou um grilinho de valor,
Se precisarem de mim,iiimmmmm
Estarei ao vosso dispor.
Alô, garotada, tudo bem?
Olhem, eu tenho algo para contar para vocês.
(senta-se no procênico)
o que eu tenho para dizer é muito...
(entra Belinha e aproxima-se devagar por trás de Zé Pulinho)
Bel - zuuummmmmmmmmmm...
Zé - Não! Não fui eu quem escondeu( percebe Belinha rindo de seu susto)
Puxa, Belinha, isto não se faz, eu pensei que fosse o tio tião.
Bel - Ah! Quer dizer que você quem escondeu as botas do papai.
Zé - Sim. Eu estava fazendo de conta que era o gato de botas
Bel - (fazendo cena) E eu fiz de conta que era (imita Tião) Zuummmmmm
Zé - Sabe, Belinha. Eu estava contando para a garotada, ou melhor
eu estava
começando a contar uma coisa importante, quando você
chegou....
(Belinha distrai-se com a garotada – Zé Pulinho imita Tião).
Zé - ZUUMMMMMMMMM.
Bel - Não! Não fui eu quem pegou..
Zé - (rindo) Agora, foi minha vez... agora foi minha vez. Pegou o que?
Heim, Belinha.
Bel - Não é da sua conta. E se não é da sua conta. Eu não conto.
Zé - Eu sei. (enigmático)
Bel - Sabe?
Zé - Sei. Mas você não precisa preocupar-se que eu não conto.
Bel - Conta o que?
Zé - Que vi você...
Bel - É mentira.
Zé - Viu como eu sei.
Bel - Vamos fazer um trato. Eu não conto que
foi você quem escondeu as botas de
papai e você não conta que fui eu quem quebrou o vidro
de água de rosas da mamãe.
Zé - Ah! Quer dizer que foi você?
Bel - Ué. Você não sabia?
Zé - Não. Eu fiz de conta que sabia e você acabou contando.
Bel - Assim não vale.
Zé - Vale sim. Olhe, eu topo o trato.
Bel - Topa, ou faz de conta que topa.
Zé - Eu topo. Palavra de escoteiro.
Bel - Você não é escoteiro.
Zé - Ora, faça de conta.
Bel - Está bem. Então, faça você de conta que eu sou o Chapeuzinho Azul.
Zé - Vermelho.
Bel - Azul.
Zé - Vamos fazer uma votação. (dividem a platéia)
Bem, meus amiguinhos, vamos ver quem ganha.
Bel - O lado que gritar mais alto, ganha.
Zé - Vermelho...
Bel - Azul...
-depois de explorarem a participação da platéia –
Zé – Empatou.
Vamos fazer de conta que é a história do Chapeuzinho Azul-Vermelho.
Bel - Certo. Então, vamos fazer de conta
que aqui é a estrada que vai para a casa da vovó.
Zé - E eu sou o Lobo-mau, que vai pegar um atalho até a casa da vovó.
(sai de cena)
Bel - Muito bem, garotada. Vocês entenderam, nós estamos fazendo de conta.
(cantando)
Pela mata afora,
Eu vou bem sozinha
Levar estes doces para a vovozinha.
Quando o Lobo-mau aparecer, vocês me avisam. E eu vou fazer de conta
que não sei de nada .
(continua cantando – entra Zé Pulinho)
Zé - Ah! Ti peguei, Chapeuzinho Azul-Vermelho.
Bel - Pegou nada. Eu não estou aqui.
Zé - Ué! Onde é que você está?
Bel - Estou no livro de histórias e sabe por que?
Zé - Sei. Por que a nossa história é outra.
Bel - Sim. A nossa história é a da Formiguinha Azul.
Zé - É isso aí, meus amiguinhos, o que eu queria contar para vocês,
é que estamos no mundo do faz de conta.
Bel - Só que agora, não vamos fazer de conta, vamos continuar com nossa história.
- saem de cena - marcação para a cena de Ceci -
-
Ceci – Será possível que estou condenada a viver só.
Ninguém aceita minha companhia.
(pausa) Hum... quanta criança!Querem saber de uma coisa.
Já não me sinto tão só. E vocês, aceitam minha companhia?
Sim. Puxa.que ótimo. Muito obrigado. Obrigado mesmo.
Vocês me deixaram tão contente. Acho até, que vou cantar.
(canta cantigas de roda)
Ceci – Pois é meus amiguinhos, como podem ver sou uma simples formiguinha,
Pequenina, frágil e ainda por cima azul.
Ora... mas contudo, não deixo de ser graciosa e dona de um enorme charme,
Beleza e veneno da formiguinha do Formí-tropí
(pensando alto)
Mas tudo isto não adianta!
Não tenho amigos...
Oh! Perdão.
Agora tenho todos vocês. Agradeço a todos.
Mas, sou uma simples formiguinha e não poderia viver...
Sabem, abandonei minha terra natal em busca de amigos.
E quem sabe! De meu príncipe encantado!
Mas até agora, estou só.
- marcação - abrem-se as cortinas
Olhem!
O que é aquilo?
Parece um castelo...
Ah! Já sei, é um castelo formigueiro.
Vocês sabem o que é um formigueiro?
Muito bem.
Será que as outras formiguinhas aceitarão minha companhia?
Vejamos....
Ceci entra no formigueiro....
Ruídos e vozes fazem com que volte.
Ceci – Eu sabia... eu sabia. Ninguém gosta de mim
Marcação para a entrada de Tita.
Tita – Oi...zum...zum...zum...
(bis)
Tá faltando um...
Cruzes, o que é isto? Alguém está chorando?
Ah! Coitadinha. É uma formiguinha, formiguinha!
Ué, é mesmo uma formiguinha.
E além de ser uma formiguinha, é azul.
(c/a platéia) – Sabem, eu nunca pensei que existissem formiguinhas azuis.
Acho melhor falar com meu marido, o besouro Tião.
Tião... Tiãozinhooooooooooooo.
Tião – Zummmmmmmmmmmmmm.
Tita – Aiiii.
Tião - O que houve? Qual a causa deste espanto?
Tita – Eu vi... eu vi...
Tião – Viu? Eu também.
Você viu o cabeção por aí,
(cantando)
Eu não, eu não.
Tita – Vi sim.
Tião – Quem? O cabeção.
Você viu o cabeção por aí,
(cantando)
Ela viu, ela viu.
Tita – Pare com isso. Não estou brincando.
Tião – Está bem. Diga-me o que foi que você viu desta vez?
Será algum girassol carregado com néctar de abacaxi?
Tita – Puxa, Tião. Será que não consigo falar a sério contigo.
Onde já se viu! Um girassol carregado com néctar de abacaxi!
Deixe de brincadeiras.
Tião – (carinhoso) Está bem.
Titinha, Titinhazinha, mostre-me sua descoberta.
Tita – Olhe ali, Tião. É uma formiguinha azul! Azul.
Tião – Sim. É verdade. É uma formiguinha azul
E por causa disto, é preciso fazer tanto espanto.
(pausa)
Azul. Azul! Formiguinha azul. Será verdade?
§ aproximam-se da formiguinha -
(juntos) - Sim. É uma formiguinha azul.
Tita – Olhe, está chorando.
Tião – Por que será? Vamos perguntar?
Tita – Sim. Vamos...
Tião – Tita, espere. Qual o tratamento que deveremos usar?
Tita – Ué! Porque?
Tião – Titinha! Já esqueceste?
Olhe na escola aprendemos que as pessoas de sangue azul, são nobres.
Tita – Mas será a formiguinha uma nobre?
Tião – Ora... Não tenha dúvidas. Agora devemos pensar na forma de tratamento.
Qual o tratamento que iremos usar.
E perguntar-lhe a razão de sua tristeza.
Tita – Ah! Já sei. Vamos trata-la com todo o respeito.
Tião – Isso mesmo.
(p/a formiguinha)
Ilma Sra Baronesa!
Tita – Digníssima Sra Condessa! (pausa) Excelência.
Ceci – O que é? Vocês estão falando comigo?
Tita – Sim, formiguinha... Oh! Perdão. Excelência.
Ceci – Ora... Deixem de brincadeiras. Ninguém quer a minha companhia.
Tião – Sim, quero dizer não. (embaraçado)
Nós não estamos mexendo.
Ilma Sra, Baronesa.
Ceci – Então, por que continuam com este tratamento.
Tita – Sabe, Dona Formiguinha, ou melhor dizendo... Excelência... Senhora.
Puxa, já nem sei como devo trata-la.
Ceci – Ora. Chamem-me de Ceci..
Tião – (+ embaraçado) Bem Srta Ceci, a culpa foi toda nossa.
Pensamos que por ser a senhorita, azul. Fosse alguma nobre,
Ou quem sabe até mesmo uma princesa.
Ceci – Porque?
(animada) Será que por aqui existem formiguinhas azuis?
E elas são nobres?
Tita – Não Ceci. Você é a única formiguinha azul que já vimos.
Tião – Sim. O único bichinho azul que conhecemos,
é um primo nosso, o besouro azul.
Tita – E como pode ver, eu e Tião, também temos alguns traços azuis.
(rindo) Eu sou descendente da rainha abelhuda e....
Tião – Psiu. Essa não é hora para brincadeiras.
Tita – Claro, desculpe Ceci. Eu estava brincando.
Além do besouro azul, existem outros bichinhos azuis.
Tião – Pois é, existem outros bichinhos azuis.
Isto sem falar na baleia azul.
Tita – No beija-flor, no azulão.
Ceci – É. Existem outros bichinhos azuis.
Mas formiguinha... acho que sou a única . E não tenho amigos.
Tião – Mas o que é isto, senhorita Ceci?
A senhorita é a única formiguinha azul, que conhecemos.
E não precisa ficar triste. Nós seremos seus amigos.
Ceci – Muito boricada! Puxa, estou tão emocionada que falei errado.
Muito obrigado, Sr Tião.
Tita – De nada, Ceci.
E vamos para com este tratamento de senhor, senhora e senhorita.
Para comemorarmos nossa amizade, tenho em casa...
Um bolo de mel... DE LI C I O SO.
Tião – O que estamos esperando?
Vamos. (oferece os braços para Tita e Ceci)
Olhe, Ceci. Você pode contar conosco para tudo.
Ceci – Tita e Tião, vocês são formidáveis. (saem de cena)
- entra em cena o formigão Tatai
Tatai – Falaram-me que uma formiguinha azul foi expulsa de meu Castelo.
Mas não veja ninguém!
Qual! Formiguinha azul não existe.
- com a reação da platéia – entrada de Zé Pulinho
Zé - Existe sim.
(p/a platéia) Existe, ou não existe?
Tatai – Eu acho que não.
Zé - Eu acho que sim. (p/a platéia) Sim, ou não.
- se houver posições contrárias na platéia – motiva-se a escolha
- Tatai defende que não e Zé Pulinho que sim.
Zé - Existe. E eu posso provar.
Tatai – Pois estou esperando. Prove.
Zé - Neste momento a formiguinha azul, ou melhor dizendo a senhorita Ceci
Está em casa de minha madrinha, a abelha Tita.
Tatai – Então é verdade.
Zé - Claro que é. E olhe a minha madrinha, a abelha Tita.
Encontrou-a chorando por ter sido expulsa de seu formigueiro.
Tatai – Formigueiro não. Castelo.
Zé - Que diferença faz, formigueiro, ou castelo.
A verdade é que ela foi expulsa.
Tatai – (embaraçado) Epa! Calma aí... eu não fui... ou melhor...
só agora é que fiquei sabendo desta formiguinha azul.
E como pode ver estou a sua procura.
Zé - Para que? Para maltratá-la mais do que já foi?
Tatai – Não pretendo maltratá-la. Quero... quero conhecê-la.
Zé - Hummmmm... Não sei se devo acreditar.
Depois do que seus amigos fizeram.
Tatai – Meus amigos, não. Meus súditos.
Para seu conhecimento, sou o rei deste formigueiro,
Digo, CASTELO. E exijo respeito. E...
Zé - E.
Tatai – Embora sejam meus súditos, existe entre nós muito respeito.
E, principalmente, amizade.
Zé - Não parece.
Tatai – Porque?
Zé - Ora... da maneira que o Sr falou!
Tatai – Contudo não creio que entre amigos, ou súditos, deixe de existir o respeito.
E o senhor me deixou tão nervoso que...
Zé - Sim... majestade.... perfeitamente... majestade... tenha calma... majestade.
Sabe... majestade. Para seu conhecimento e para conhecimento de seus súditos.
Para sermos respeitados, devemos respeitar aos outros...
E, principalmente às damas.
Tatai – (mais nervoso) Sr Zé Pulinho do Cricri.
Os responsáveis por tamanha indelicadeza, já foram alertados.
E para que tal fato não torne a acontecer.
Eu os deixarei sem açúcar,
até aprenderem como devem ser tratados os visitantes.
Zé - Ah! Agora compreendo, não foram todos.
Puxa, como a formiguinha azul vai ficar contente. Ora se vai.
Tatai – Bem... você pode apresentar minhas desculpas a srta Ceci.
Diga-lhe que desejo conhece-la o mais depressa possível.
Para desculpar-me pessoalmente.
Zé - Com imenso prazer, serei o portador de tão amável convite.
Com su permisson... majestade... adios.... (sai de cena)
Tatai – (sonhador) Hum! Será que a formiguinha azul vai gostar de mim?
Aceitará minhas desculpas?
(p/a platéia)
O que vocês acham?
- deve-se explorar ao máximo a participação da platéia.
- com desenrolar do diálogo de Tatai com a platéia
entrada de Zé Pulinho e Belinha.
Zé - Eu falo.
Bel - Não. Quem vai falar sou eu.
Zé - Está bem.
Zé e Bel – Majestade!
Bel - Ah! Zé Pulinho. Você disse que ia deixar eu contar que Ceci...
Zé - Manda dizer...
Tatai – Acho melhor vocês entrarem em um acordo.
Assim, não estou entendendo nada.
Bel - Quem vai falar sou eu e pronto.
Zé - Não. Sou eu.
Tatai – Vamos fazer o seguinte, aquele que falar primeiro...
Bel - Ceci manda...
Zé - Dizer
Tatai – Silêncio. Já vi que com vocês não adianta.
Se continuar assim,
nunca vou saber e a formiguinha azul, aceitou minhas desculpas.
Zé e Bel – Vamos fazer um trato. (cochicham e riem) Vamos falar juntos.
Tatai – Está bem. Desde que eu entenda.
Zé - (procurando falar primeiro que Belinha) Majest...
Bel - Majestade... (falando mais rápido)
Ceci manda dizer que ficou
muito sentida com a recepção que foi proporcionada
em seu formigueiro...
Zé - (também, falando rápido) Sente muito, mas não pode aceitar suas desculpas.
Tatai
– (analisando) dizer... recepção...formigueiro. Não entendi nada.
Vocês querem fazer o favor
de repetir, sem brincadeiras.
Zé - Perfeitamente...
Bel - Majestade.
Zé - (pausadamente) Majestade, Ceci manda
dizer que ficou muito sentida com a
recepção que lhe foi
proporcionada em seu formigueiro. Sente muito. Mas não
pode aceitar suas desculpas,
pois em seu Castelo, tal fato nunca sucedeu.
Tatai – Castelo! Mas, que Castelo?
Bel - Ora... ora. No castelo em nasceu,
cresceu a aprendeu a andar, ou o senhor
desconhece que a Ilustre
Baronesa Ceci du Azule, é uma das poucas nobres de
legítimo sangue azul.
Tatai
– Não. Não sabia.
E se houvesse sido anunciada
a sua chegada, seria recebida com todas as honras
que faz jus, ou se faça
merecer.
Zé - Pois com honrarias, ou sem honrarias.
Ela não virá. Voltará a seus domínios
e
mandará seu exército de
saúvas azuis destruírem seu reles formigueiro.
Tenho dito.
Bel - Isso mesmo.e, também tenho dito.
Tatai – Não acredito.não é
possível que uma senhorita linda, fina e rica. Venha a
declarar tal guerra, sem
antes ouvir minhas justificativas. Afinal os culpados por
tal engano, já foram
punidos.
- entram – Ceci , acompanhada por Tita e Tião. Zé Pulinho e Belinha fazem mesuras -
todos se colocam de forma a destacar a nobreza de Ceci.
Ceci - É isto mesmo. Fui muito maltratada em seu reles formigueiro.
(vira-se para Tita e Tião)
Quanto a vocês, pela hospitalidade e pelo apoio, irão
para meu Castelo, ou
melhor dizendo, Palácio.
Castelo, lembra coisa velha e antiquada.
(olha para Tatai e retira logo o olhar)
(para Tita e Tião)
Vocês de hoje em diante, serão meus administradores.
A primeira providência que devem tomar,
é equipar e preparar meu exército de saúvas azuis.
Embora, (vaidosa) não precise muito.
(vira-se para Tatai|)
Nunca fui tão humilhada em minha vida. (dá as costas para Tatai)
(dirigindo-se a Tita e Tião)
Podem ir... E providenciem minha carruagem de cristal!
(saem Tita e Tião – cheios de falsas cortesias)
Zé - (gaiato) Baronesa, a ilustríssima senhorita, deseja algo?
Ceci - Sim. Na falta de um trono, providencie algo para sentar-me.
(Zé Pulinho vai saindo todo solícito)
Espere.
(Zé Pulinho ajoelha-se em frente à Ceci)
(Ceci – solene)
“De hoje em diante serás meu pajem”.
(olhando pata Tatai)
Pois o meu pajem assemelha-se muito com este...
O que me causa profundo desgosto.
Pode ir.
(Zé Pulinho sai cheio de mesuras e fazendo graça – ao olhar para Tatai que está
encantado com Ceci – tropeça e cai – levanta-se cheio de mesuras e sai de cena)
Bel - Baronesa... com sua permissão... eu gostaria de solicitar...
Ceci - Pois não. Minha querida “Dama de Companhia”.
Bel - (entusiasmada) Não é nada. Ilustríssima Baronesa, com sua licença.
Ceci - (olhando para Tatai) Não demore.
Tatai – (embaraçado) Senhorita!
Ceci - Baronesa. BA-RO-NE-SA.
Tatai – (+ embaraçado) Não sei se o senhor Zé Pulinho do Cricri,
apresentou-lhe
minhas desculpas.
Ceci - Se aquilo são desculpas. Eu já não entendo mais nada.
Nunca vi tanta bobagem, deixar os culpados sem açúcar!
Isto não é desculpa e muito menos castigo para os culpados.
(com desdenho)
Qual! Deixar os culpados sem açúcar, pois deve ser deste açúcar comum.
Tatai – Comum? Como?
Ceci - Açúcar deste comum, que se usa para adoçar o café.
Tatai – E existem outros?
Ceci - Claro. De beterraba e outros, importados.
Em meu Palácio usamos açúcar refinado de cana de açúcar e,
ou de beterraba nas reuniões informais.
Nas recepções e em meu desjejum, o açúcar servido, é ultra-refinado
de rosas Príncipe Negro, importadas da Rosolândia.
E não faço por menos.
Tatai – Não sabia da existência de tais açúcares.
Ceci - Também, tem de levar em conta que o
senhor mora em um simples e reles
formigueiro. E eu, em um
Palácio.
Não poderia, nem deve conhecer iguarias finas.
Por isso acho que deixar os culpados sem açúcar, não é castigo.
Pois açúcar comum, encontra-se me qualquer parte.
(pausa)
(fazendo pose)
Minha Dama de Companhia e meu Pajem, estão demorando.
Zé - (carregando uma enorme almofada azul)
Baronesa, na falta de um trono,
este foi o único assento digno de sua ilustríssima pessoa.
- Ceci senta-se com ares de rainha – Zé finge estar com um grande abano
- Belinha senta-se no chão ao lado de Ceci.
Ceci - Bem. Muito bem.
Sabem, depois disto tudo, fiquei com um ótimo humor.
Vocês acham que eu deva ouvir as justificativas do Rei Tatai.
Zé - Na minha humilde condição, acho que sim.
Bel - Sim, Baronesa, concordo do o Zé
Pulinho.
Bel - (falando baixinho – no ouvido de Ceci)
Aproveite agora que ele está sem ação.
Ceci - Está bem.
(para Tatai)
Aceito suas desculpas, mas espero que tal fato não torne a acontecer.
Tatai – Muito me alegra que a senhorita tenha aceitado minhas desculpas.
Ceci - Sim. Aceito... estou com um ótimo humor. (dá risadinhas)
Tatai - Então, como prova de minha estima.
(aproxima-se mais de Ceci e em pose digna)
Sua Ilustre e querida pessoa, Baronesa Ceci du Azule,
será recepcionada em meu Castelo.
Digo castelo, pois acho que falta algo para Palácio.
(mudando o tom)
Quem sabe, sua presença faça o milagre. (inclina-se com cerimônia)
Com sua permissão, até breve (beija as mãos de Ceci)
Ceci - Com imenso prazer, pois como já disse, estou com um ótimo humor.
(Tatai sai de cena)
Zé - (imitando Tatai – contracenando cm Belina)
Então, como prova de minha estima.
A Ilustríssima Senhorita Baronesa Belinha Melada,
será recepcionada em meu castelo.
Bel - Com imenso prazer. (dá risadas)
Ceci - Parem com isso... estou apavorada! Será que vai dar certo?
Bel - Certamente, Ba-ro-ne-sa.
(fazem reverencias)
Zé - Mas, é claro que vai. Ba-ro-ne-sa.
Ceci - Estou falando sério. Bem... mas não deixa de ser divertido.
Bel - Ilustríssima Baronesa Ceci du Azule,
Agora, que está preocupadíssima, sou eu.
Zé e Ceci – Porque?
Bel - Sinceramente, não sei com dizer.
(começa a andar em círculos) (Ceci e Zé acompanham com o olhar)
Ah! Achei...
Ceci - Achou o que?
Zé - Credo. Desconfio que a Belinha fundiu a cuca.
Bel - Quem vai fundir a cuca, serão vocês.
(fazendo pose de grande dama)
Quando eu aparecer vestida dignamente para visitar o reino de Tatai.
Perdoem-me... o Reino de Sua Majestade...
Rei Tatai de Formigolândia
Ceci - E quem disse que você vai?
Zé - Isso mesmo, a única convidada foi Ceci.
Bel - Venha cá.
(marcação para a cena de Bel e Zé, longe de Ceci)
Deixe de bobo. Você não viu a troca de olhares entre os dois.
Zé - Quer dizer, então! Puxa, que bacana.
Bel - Faça de conta que não sabe de nada.
(voltam para junto de Ceci)
Bel - Peço desculpas, Ceci. Eu não entendi direito o convite do Rei Tatai.
Ceci - Ora, Belinha. Eu estava brincando.
É claro, que quando for visitar o Reino de Tatai, iremos todos nós.
Zé e Bel – Que legal.
Ceci - (sonhadora) Ah! Como estou contente.
-entram Tita e Tião-
Tita - Ceci! Maravilhoso! Você esteve formidável.
Tião - Sim. Fabulosa.
Tita - Tenho certeza de que Sua Majestade Rei Tatai não tem a menor dúvida de
Sua nobreza e títulos.
Ceci - Títulos?
Tião - Sim. Todo nobre tem títulos que valorizam...
Zé - Bimestralmente, semestralmente e
Bel - Anualmente.
Tião - Silêncio os dois. Não estou falando de títulos que rendam dinheiros
E sim de títulos que demonstrem a nobreza e caráter de seu possuidor.
Tita - Sim. Mas tudo isso, atualmente, não tem mais valor.
Nós temos que reconhecer o caráter de uma pessoa pelo que ela demonstra.
E não pelo o que foi dado por outros.
Zé - Que outros?
Tita - Não devemos nos valorizar, apenas, por termos herdado algo de nossos pais,
avós e outros descendentes. Devemos, principalmente, fazer real o nosso valor,
através de nossos atos e palavras.
Ceci - É. Vocês têm razão. (pausa)
Bem que eu não queria fazer tudo isso.
Tião - Não se preocupe, Ceci. Nós estamos no mundo do faz de conta.
Ceci - Mas, eu não sou baronesa, não tenho palácio. E não gosto de mentir.
Bel - Muito bem. Então, faça de conta que é baronesa, que tem palácio e etc...
Tião - E deixe o resto por nossa conta.
Ceci - Está bem. Só vou fazer de conta. Não vou... (marcação)
Zé e Bel - (com a entrada de Tatai) Olha o reiiiiiiiiiiiiiiiiii
Tatai - Baronesa... Ilustríssima Baronesa Ceci du Azule,
queira aceitar as chaves de meu formiguei... digo, Castelo.
Ceci - (com pose simulada)
É o mínimo que Sua Majestade pode fazer.
Meu exército de saúvas azuis, já está pronto para o ataque.
E isto depende, unicamente de minhas ordens.
Tatai - Baronesa Ceci du Azule, não vejo motivos para tal ataque.
Pode dispersar seu exército. Tenho uma proposta muito boa para a senhorita.
Ceci - Qual será está proposta?
Tatai - Vamos deliberar...
Bel - Dê o que?
Tatai - Deliberar... decidir... resolver. Conversar e discutir.
(p/Ceci)
A senhorita veio visitar meu castelo, não foi?
Ceci - Foi. E tive a maior decepção de minha vida.
Tatai - (digno) a Baronesa, me perdoe.
Mas já foram apresentadas as minhas desculpas.
Ceci - E eu aceitei.
Tatai - Como é do conhecimento de todos. (pausa)
Baronesa Ceci du Azule, eu e meus conselheiros
decidimos que a senhorita
será nossa
hóspede-oficial.
Zé - Oficial?
Tatai - Sim. Será recebida como merece. Com todas as honras que faz jus.
Ceci - Não sei se devo aceitar.
Tita - Eu acho que a baronesa deve aceitar.
Tião - Eu também. E além do mais Sua Majestade é só...
sua presença irá alegra-lo e muito.
Pois sendo um rei... ainda não tem sua rainha.
Ceci - Está bem. Aceitarei. Mas, como uma condição!
Todos - Qual?
Ceci - (toma coragem e de um fôlego só)
Não sou baronesa.
Não tenho palácio, não tenho exército.
Não tenho nada. Sou só... (chora baixinho)
Tatai - (conforme Tatai vai falando – Ceci responde com a cabeça)
Não é baronesa?
Não tem palácio?
Não tem exército?
É só?
Tudo isso foi mentira? (saem de cena – Tita, Tião, Zé e Bel)
Mas, é maravilhoso demais!
Ceci - (procurando controlar-se)
Maravilhoso demais?
Na certa, agora é o senhor quem irá maltratar-me.
(recomeça a chorar)
Tatai - Não. Não é isto.
Ceci - O que é, então?
Tatai - Quando soube que a senhorita tinha aparecido em meu formigueiro,
pensei muito no que a fada da planície, minha madrinha, havia me contado.
Ceci - (sorrindo)
O senhor é afilhado da fada da planície?
Tatai - Sim. Sabe, Ceci. Quando a fada da planície me revelou um segredo.
Eu decidi que só me casaria, quando encontra-se a
formiguinha dos meus
sonhos, seria uma
formiguinha que fosse gentil, boa para com todos,
amiga de todos, sincera e graciosa.
Ceci - (triste)
E eu fui mentirosa.
Tatai - Não precisa ficar triste, eu também sei que na terra do faz de conta,
tudo pode ser feito, desde de que não prejudiquemos ninguém.
Ceci - E com esta brincadeira de faz de conta, a única prejudicada fui eu.
Tatai - Não. Você foi sincera. Não se importou com as conseqüências
que recairiam sobre você. Ceci, você é, realmente, nobre.
(pausa)
E voltando ao segredo da fada da planície,
ela me revelou que minha rainha seria uma formiguinha azul.
Porem, pobre e sozinha como você.
Quando fiquei sabendo que você era rica, fiquei surpreso.
Mas, resolvi, assim que a vi, que seria você a formiguinha do meu coração.
Ceci - Mas, isto é bom demais. (abraça Tatai)
(entram os demais personagens)
Tita - (abraçando Ceci)
Então, Ceci. Já não estás mais sozinha no mundo.
Tens o seu rei.
Meus parabéns.
- todos cumprimentam Ceci e Tatai –
Bel - Eu sabia, eu sabia. Ceci e Tatai, meus parabéns e muitas felicidades.
Tião - E agora, o Castelo de Sua Majestade,
será o mais lindo e organizado do mundo.
Zé - Meus parabéns, Ba-ro-ne-sa.
Todos - Zé Pulinho, Zé Pulinho.
Zé - Meus parabéns Ceci.
Oba! Vamos ter festas e mais festas.
Vou me divertir a beçaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Tita - E eu farei um grande bolo de mel.
- Ceci e Tatai saem de cena -
Tião - É. Afinal tudo está terminando bem. E
tudo o que aconteceu vem provar que
mesmo na terra do faz de
conta, ou em brincadeiras do faz de conta, devemos
ser honestos e bons.
Tita - (para a platéia)
Vocês viram a formiguinha azul era pobre e vivia muito só.
Graças a sua honestidade e bondade, encontrou amigos.
Zé - Isso mesmo, meus camaradinhas. Com isso nós aprendemos muito.
Não é a cor de uma pessoa, ou de um bichinho
que influi em seu procedimento.
Pois o que mais vale, não é a cor de nossa pele.
E sim, o que temos no coração.
- entram Ceci e Tatai –
Bel - E viva os noivos.
Todos - Viva....
Zé bel - (cantam)
Com quem será,
Com quem será
Que a Ceci vai se casar...
É com o Tatai,
É com o Tatai,
Que a Ceci vai se casar.
- formam uma roda, com os noivos ao centro –
- marcação do início do espetáculo
- formam um semicírculo
Ceci - Bem, meus amiguinhos e assim nossa história chega ao fim.
Espero que com ela todos tenhamos aprendido muito.
E agora, para um final bem feliz,
Vamos juntos cantar.
- marcação para despedida dos personagens –
Tita - Até logo, meus amiguinhos
Agradeço a participação
E com vocês, meu maridinho
O besouro Tião.
Tião - Eu sou o besouro Tião,
Sou elegante
E forte a valer
(marcação - Tita sorrindo tira Tião do centro e voltam ao semicírculo).
Zé e Bel – Prestem atenção,
Muita atenção...
Bel - Dizem que sou uma abelhinha
Muito, muito engraçadinha
Mas que preciso aprender
A ficar comportadinha...nhá...nhá...nhá...nhá
Zé -.Pulinho...
Pulinho é meu nome,
Sou um grilinho de valor...
Se precisarem de mim,iiimmmmmmmm
Estarei ao vosso dispor.
Tatai - Muito obrigado, meus amiguinhos
A história vai terminar,
Com vocês, a formiguinha
E agora, vamos cantar.
Ceci - Escutem só, meus amiguinhos
A história vai terminar,
Deixo a todos, mil beijinhos
E agora, vamos dançar
.
- marcação – todos dançando – saem de cena